sexta-feira, 30 de março de 2018

LENDAS DO BICHO PAPÃO, ANHANGÁ E CAVALO INVISIVEL - REGIÃO SUDESTE DO BRASIL









Introdução (o que é)




A lenda do bicho papão é uma estória imaginária que faz parte do folclore brasileiro. Comum em todas as regiões do Brasil, tanto na zona rural como na urbana, ela é contada oralmente há muito anos.

A principal função desta lenda é assustar as crianças desobedientes e teimosas com a possibilidade de um ataque noturno de uma espécie de monstro comilão e assustador. Portanto, esta lenda assume um aspecto “educativo”, em que o medo é o principal recurso. Em função da modernização das ações pedagógicas nos últimos anos, a divulgação desta lenda entre as crianças pequenas está sendo deixada de lado. Porém, ela ainda permanece no imaginário, principalmente, das pessoas com mais de 40 anos de idade.

A lenda e o personagem

De acordo com a lenda, o bicho papão é uma espécie de monstro grande, feio, peludo, assustador, obeso e de olhos vermelhos. O bicho papão fica a noite no telhado das casas, pronto para pegar as crianças que são teimosas e desobedientes com seus pais. Outra característica deste monstro imaginário é sua capacidade de se transformar em outras espécies e coisas assustadoras.

O bicho papão fica escondido atrás da porta, esperando o momento certo de atacar a criança desobediente. Se a criança fica brincando na hora de dormir, desobedecendo aos pais, está então é a hora certa do ataque. O bicho papão então pega a criança e a leva para um lugar escondido, escuro e assustador.

Em algumas regiões, a lenda ressalta também o aspecto comilão do bicho papão. Neste sentido, o monstro guloso e faminto sempre atacava a geladeira da casa, comendo tudo que encontrava, antes de assustar a criança.

A música (cantiga de ninar) do bicho papão

Mas se o bicho papão é o monstro, os pais são os heróis e possuem a fórmula para assustá-lo, mantendo-o afastado das crianças. Há uma cantiga de ninar que serve para espantar o monstro folclórico. Ela é assim:

Bicho papão
De cima do telhado
Deixa o meu menino (ou nome da criança)
Dormir sossegado.

Vai-te papão
Vai-te embora do telhado
Deixa o meu menino
Dormir sossegado.

LENDA DO ANHANGÁ







sexta-feira, 19 de novembro de 2010


Lenda do Anhanga

Anhangá


A Lenda do Anhangá é um espírito que vive na floresta e que pode tomar a forma do que quiser. Além de boi, peixe, pessoa ou macaco, o mais comum é sua aparição na forma de um veado branco com olhos de fogo.

Os registros de sua presença aparecem em cartas de José de Anchieta, Manuel da Nóbrega e Fernão Cardim no século XVI. Seus relatos tratam Anhangá como um espírito mau, temido pelos povos indígenas. Outros relatos, como o do alemão Hans Staden, comentam do medo dos indígenas ao sair à noite:

"Os indígenas não gostam de sair das cabanas sem luz, tanto medo têm do Diabo, a quem chamam Ingange, o qual freqüentemente lhes aparece."

Para os povos indígenas, Anhangá é considerado o deus da caça e do campo. Ele protege os animais contra caçadores. Algumas lendas contam que caçadores faziam tratos com Anhangá, pedindo ajuda na caça em troca de tabaco.

Já para os jesuítas que chegaram aqui no Brasil, Anhangá era considerada uma figura maligna, comparado demônio da teologia cristã.

Anhangá é muito citado na obra As Aventuras de Tibicurea, de Érico Veríssimo:

"Aos cinco anos fiz minha primeira caçada de tucanos. Mas não me meti fundo no mato, porque tinha medo de encontrar Anhangá, Curupira e os outros espíritos maus."

"O mato todo riu com ele. Riu de mim. Depois o diabo virou três cambalhotas no ar e começou a dançar com toda a velocidade em meu redor. Senti que meus olhos escureciam. Eu mal e mal ouvia a voz de Anhangá, berrando:

- Ninguém pode comigo! Ninguém me vence, nem Tupã!"

Foi dessa figura mitológica que surgiu o nome "rio Anhangabaú" para um ribeirão que corta o estado de São Paulo.

Inicialmente conhecido como Rio das Almas, o rio Anhangabaú era muito temido pelos indígenas da região. Os índios acreditavam que suas águas traziam doenças ao corpo e ao espírito. Essa crença leva a suspeita de que suas águas não eram potáveis.

Teodoro Sampaio, historiador brasileiro, escreveu em uma de suas publicações que o rio era considerado pelos índios como "debedouro das assombrações".

Dizem que você pode ver um Anhangá se andar pela Floresta Amazônica em noite de lua cheia, se você passar por algum lugar mal-assombrado.

A lenda do Anhangá permanece viva até hoje e deve ser mantida para que as futuras gerações conheçam um pouco mais sobre as histórias do nosso país pré-colonização.




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