ÓS-MODERNISMO: POESIA
PÓS-MODERNISMO – POESIA
Na segunda metade do século XX, outras concepções poéticas são formuladas. É um momento de profundo individualismo, como afirmou João Cabral de Melo Neto, o nome mais importante de um novo grupo de poetas.
A GERAÇÃO DE 45
A expressão geração de 45 é usada para designar um grupo de poetas que rejeitaram os “excessos” modernistas – o poema-piada, o desleixo formal, as brincadeiras poéticas – e resolveram fazer uma poesia com maior rigor formal, revalorizando o cuidado com a linguagem e propondo uma expressão poética mais disciplinada.
Dentre os poetas desse grupo, muitos dos quais seguiriam depois linhas diferentes, podemos citar Bueno de Rivera, Domingos Carvalho da Silva, José Paulo Moreira da Fonseca, Ledo Ivo, Geir Campos, Ferreira Gullar e João Cabral de Melo Neto.
JOÃO CABRAL DE MELO NETO
João Cabral de Melo Neto (1920-1999) logo se distinguiu do espírito formalista da geração 45 pela elaboração de uma linguagem seca e objetiva, passando a trilhar um caminho bem pessoal.
A preocupação com o “fazer poético”, encarado como fruto do trabalho paciente e lúcido do poeta, é uma constante em sua obra, que também trata, sem derramamentos sentimentais, dos problemas sociais do Nordeste, principalmente no longo poema “Morte e vida Severina”.
Em 1984, enveredou pela poesia de fundo histórico com o poema “Auto do frade”, em que trata do destino trágico de frei Caneca, condenado à morte em 1825 por sua participação na Confederação do Equador.
Sua obra poética compõe-se de: Pedra do sono, O engenheiro, Psicologia da composição, O cão sem plumas, O rio, Morte e vida Severina, Uma faca só lâmina, A educação pela pedra, Museu de tudo, A escola das facas, Auto do frade, Agrestes, Crime na Calle relator. Em prosa escreveu: Considerações sobre o poeta dormindo e Juan Miró.
CONCRETISMO
Dos movimentos poéticos surgidos no Pós-Modernismo, um deles provocou intensa polêmica – o Concretismo, que teve em Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Décio Pignatari seus principais representantes.
Decretando o fim do verso e abolindo a sintaxe tradicional, os concretistas procuraram elaborar novas formas de comunicação poética, mais ligadas ao visual e á sonoridade das palavras. Esse trabalho criativo de linguagem chocou os leitores acostumados à linguagem tradicional da poesia, provocando muitas polêmicas.
Eis um exemplo da poesia concreta:
A POESIA SOCIAL
Mas nem tudo foi experimentação nesse período. Houve também poetas que se preocuparam em criar uma forma de expressão mais comunicativa, retomando a linguagem discursiva, num estilo simples e direto, para tratar do cotidiano do homem brasileiro e das injustiças sociais.
Dentre os autores que se definiram por essa linha, destaquemos Geir Campos, Tiago de Melo e, sobretudo, Ferreira Gullar.
Esse poeta maranhense iniciou sua atividade poética como concretista, mas depois rompeu com o grupo e aderiu à poesia social.
Fonte: História da Literatura
Editora Moderna
Autores: Leila Lauar Sarmento e Douglas
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