CONVERSA LITERÁRIA AGRADÁVEL NO BALCÃO DO ESPAÇO CULTURAL DA ZAZA.
O CORONEL E O LOBISOMEM
e o Lobisomem (1964), José Cândido de Carvalho

Ambientado no litoral carioca, este romance coloca em cena um narrador mentiroso, que gosta de contar vantagem, mas que revela, em cada episódio, a sua ingenuidade de roceiro. O coronel que acreditava em lobisomem é completamente enganado por figuras urbanas, cifrando o fim deste mundo mítico, que não tem mais continuidade no presente. Aqui, a linguagem sertaneja ganha um colorido deslumbrante para cifrar o descompasso deste mundo.
A Pedra do Reino (1971), Ariano Suassuna

Obra monumental, de incorporação da cultura popular, que se apresenta programaticamente inconclusa, na qual o narrador, preso por seu envolvimento com um episódio trágico do sertão (a degola de animais e pessoas para instaurar o Império da Pedra do Reino) constrói o romance como uma peça de defesa, tentando nos convencer de sua inocência. Farsa e fanatismo dão a tônica ao romance.
Miguel Sanches Neto, doutor em Teoria Literária pela Unicamp, é autor, entre outros, dos romances “Chove Sobre Minha Infância” (Record), “Um Amor Anarquista (Record)” e “A Máquina de Madeira”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário